domingo, 21 de fevereiro de 2010

COM A VOZ, A LOUCURA

      "Em primeiro lugar, não é verdade que a infância, a primeira idade do homem, é a mais alegre e a mais encantadora de todas as idades? As pessoas amam as ciranças, beijam-nas, abraçam-nas, acariciam-nas, cuidam delas; mesmo um inimigo não pode impedir-se de socorrê-las. Com se explica isso? É que desde o instante do nascimento delas, a natureza, essa mãe previdente, espalhou a seu redor uma atmosfera de loucura que encanta os que as educam, alivia-os de suas penas e atrai para essas pequenas criaturas a benevolência e a proteção que eles próprios necessitam.
      E a idade que sucede à infância, que encantos não possui aos olhos de toda gente! Com que ardor não se esforçam por favorecê-la, por ajudá-la, por socorrê-la! Ora, quem dá a essa idade encantadora as graças que a fazem querida? Quem as concede, senão eu? Afasto dos jovens a sabedoria importuna e assim espalho sobre eles o feitiço sedutor dos prazeres. E, para que não imagineis que vos narro contos de fadas, considerai os homens desde que atingiram seu pleno crescimento e que a experiência e as lições começaram a torná-los sensatos; imediatamente a beleza começa a desvanecer, a alegria se extingue, as forças diminuem, as graças desaparecem; a medida que se afastam de mim, a vida os abandona cada vez mais, até chegarem a essa velhice tristonha que é um peso para ela mesma e para os outros."

Erasmo de Rotterdam, Elogio da Loucura

Quando eu lia este trecho escrito pela própria loucura, neste meu último dia aqui, me veio a vontade de postar algo sobre ele. E porque não ele próprio?
A loucura tem razão quando diz que as coisas alegres estão ligadas a ela. Nunca discordei disso (que agora a Raposa Loka seja uma prova).
O que acontece, é que eu vivo uma loucura sensata. A única loucura que se foi e não quer voltar, é a de rir de tudo sem parar. Acho que agora, estou sensato demais. Hora de ser um pouquinho mais louco(mas ainda assim, sensato).
Prometo, vou rir mais. 

E não poderia me esquecer de dizer que terminei O Silmarillion antes de começar o Elogio da Loucura, e que a obra é realmente digna de Tolkien, apesar de também fugir dos parâmetros de O Senhor dos Anéis mas não sendo tão ingênua quanto O Hobbit.
Vou então terminar o Elogio da Loucura, entregar o livro, ir embora e lá, fazer um post.
Encerro então aqui minha temporada de férias satisfeito, vendo o sol nascer.

2 comentários:

CIDA disse...

COMO VOCE FAZ FALTA...
Voce ainda está na estrada...E já estamos loucos para ve-lo novamente... Neste exato momento estou arrumando o seu quarto. A roupa, o travesseiro, cada objeto que coloco no lugar lembra " AQUELE FILHO QUERIDO E AMADO " que só nos dá alegria e nos enche de orgulho. Nossa casa ficou triste, parece que falta algo. Nao é algo qualquer mas algo, (alguém)que faz a diferença, que muda o nosso humor e que nos dá paz e harmonia. QUE DEUS TE ABENÇOE NOS ESTUDOS E NA VIDA. ESTAREMOS SEMPRE TORCENDO POR VOCE.
MAMAE

. disse...

Realmente, o ritmo de risadas loucas diminuiu ._. É a falta do Renan, do Julio e tals :B