Nenhum dia é igual ao outro. Mas existem uma infinidade de dias que são muito semelhantes uns dos outros. Você pode hoje ir ao trabalho e fazer algo diferente do que foi feito ontem, porém você irá ao mesmo local, no mesmo horário, e fará algo no qual você está acostumado a lhe dar. Apesar disso, cada dia é marcado por momentos. Pode ser que hoje não haja nenhum momento que mereça ser lembrado. Pode ser que amanhã tenhamos uma experiência que não chegará a demorar um minuto mas que valerá pelo dia inteiro.
Eu era daqueles que adorava uma bagunça porém estava sempre longe dela. Era o medo. Eu era intimidado pela sociedade. Não que isso seja algo terrível, talvez até tenha sido bom. Mas que eu morria de medo daquela bronca da mamãe depois eu tinha. Não venha me dizer que eu não tive infância. Aproveitei muito bem sim, faria tudo denovo. Bem, quase tudo. Eu era marcado pela impulsão. Quando eu via, já tinha feito. Puxa, quanta dor de cabeça essa minha característica me causou.
O tempo passava e parecia que eu já havia vivido aquilo. Acordei por volta das 9 da manhã, a primeira coisa que me veio foi a tarefa de português. Mas claro, todo dia tinha aula de português e todo dia a bendita da professora tinha que passar tarefa. Como eu odiava tarefa. Eu queria estudar na escola, não em casa. Peguei o telefone e liguei para uma amiga. Até que a vida me obrigasse a ser responsável, eu sempre dependi dos outros para ser lembrado e também para saber o que tinha que fazer. Acho que por isso que todos os meus amigos, além de amigos, eram minhas agendas. Depois de conversar um longo tempo, perguntei sobre a tarefa e então veio a hora de ligar a tv e começar a escrever. Terminei eram quase 11, então fui jogar o velho nintendão.
Hora do almoço em casa que tem games ou computador é sempre marcada pelo clássico grito dos pais "fiiiilho vem almoçar logo se não esfriiiia" e a clássica resposta automática "jáaa vooou!". Até que a fome vem e o jogo fica de lado. Depois do almoço, hora de ir para a escola. 10 minutos de caminhada, mais alguns minutos esperando o sinal bater. E a aula de português chega e não passa. É daquelas em que ninguém fala nada mas a maioria olha pros lados. Eu não olhava pros lados. Meu olho sempre estava na professora. A mente não. Porém eu sempre mantinha o olhar de interesse. Passou. Educação física era muito chato, nem vale a pena descrever aqui, e olha que eu adoro rodeios. Aí, chegou a hora do intervalo. Ou melhor, recreio! É muito bom e muito rápido. Não dá pra aguentar outras 2 aulas sem ele, porém depois dele é evidente que todos estavam mais agitados.
Chegou então a aula de matemática. Eu odiava matemática. Era tudo tão demorado, tão fácil, óbvio. Eu sempre terminava e ficava sem o que fazer. Na verdade quase sempre, pois algumas vezes eu tinha que "ajudar o coleguinha alí do lado". Mas nesse dia foi diferente. Alguém trouxe uma brincadeira sensacional. Eu ainda adoro, pena que o ambiente não seja mais propício. A 'bolinha de papel no tubinho de caneta'. A professora nem percebeu no começo. Eu tacava, errava feio, e caia na risada. Virou uma guerra. Bolinha pra todo lado. Garotos e garotas, eram todos inimigos e amigos, todos brincando com o tubinho de caneta BIC. As bolinhas grudavam na parede, no quadro, no cabelo dos outros, era uma alegria. Melhor que isso só 'massitas de la more', mas eu ainda não conhecia isso na época. Mas aí alguns foram parando. Mas eu não queria parar, então continuei tocando o terror. E mais pessoas pararam quando a professora percebeu. Só ficou o tonto aqui, assoprando bolinha. Assoprava e ria. Rasgava um papelzinho, mascava pra pegar baba mesmo (dava mais potência), botava no tubinho e 'fuuu'... A professora me viu bem nessa hora. A bolinha da morte voou, e eu, com o tubinho na boca.
Esses são os piores momentos. Tive o tubinho confiscado, mas o pior foi quando a professora falou: "vou ter que mostrar isso para a sua mãe". E agora José? Agora os outros continuaram com suas vidas e com seu tempo. E eu fiquei parado no meu tempo. O tempo não queria passar pra mim. A única coisa que eu pensava era o que fazer. Era agoniante. A cada minuto eu tinha um texto diferente pra falar pra minha mãe. Os outros vinham falar comigo mas eu não tinha animo de pensar no que eles tinham falado e no que eu tinha que responder. Eu só pensava no que fazer.
A agonia durou alguns dias. Não sei nem se minha mãe ficou sabendo, só sei que aquela sensação de que a qualquer momento ela saberia e que a qualquer momento a bronca viria era terrível. Mas afinal, quem nunca passou por isso? Esses e outros momentos ficaram perdidos no tempo, não deram em nada, mas hoje servem para algumas risadas. Afinal, pra que servem os momentos de medo a não ser para que demos risada deles depois?
Eu era daqueles que adorava uma bagunça porém estava sempre longe dela. Era o medo. Eu era intimidado pela sociedade. Não que isso seja algo terrível, talvez até tenha sido bom. Mas que eu morria de medo daquela bronca da mamãe depois eu tinha. Não venha me dizer que eu não tive infância. Aproveitei muito bem sim, faria tudo denovo. Bem, quase tudo. Eu era marcado pela impulsão. Quando eu via, já tinha feito. Puxa, quanta dor de cabeça essa minha característica me causou.
O tempo passava e parecia que eu já havia vivido aquilo. Acordei por volta das 9 da manhã, a primeira coisa que me veio foi a tarefa de português. Mas claro, todo dia tinha aula de português e todo dia a bendita da professora tinha que passar tarefa. Como eu odiava tarefa. Eu queria estudar na escola, não em casa. Peguei o telefone e liguei para uma amiga. Até que a vida me obrigasse a ser responsável, eu sempre dependi dos outros para ser lembrado e também para saber o que tinha que fazer. Acho que por isso que todos os meus amigos, além de amigos, eram minhas agendas. Depois de conversar um longo tempo, perguntei sobre a tarefa e então veio a hora de ligar a tv e começar a escrever. Terminei eram quase 11, então fui jogar o velho nintendão.
Hora do almoço em casa que tem games ou computador é sempre marcada pelo clássico grito dos pais "fiiiilho vem almoçar logo se não esfriiiia" e a clássica resposta automática "jáaa vooou!". Até que a fome vem e o jogo fica de lado. Depois do almoço, hora de ir para a escola. 10 minutos de caminhada, mais alguns minutos esperando o sinal bater. E a aula de português chega e não passa. É daquelas em que ninguém fala nada mas a maioria olha pros lados. Eu não olhava pros lados. Meu olho sempre estava na professora. A mente não. Porém eu sempre mantinha o olhar de interesse. Passou. Educação física era muito chato, nem vale a pena descrever aqui, e olha que eu adoro rodeios. Aí, chegou a hora do intervalo. Ou melhor, recreio! É muito bom e muito rápido. Não dá pra aguentar outras 2 aulas sem ele, porém depois dele é evidente que todos estavam mais agitados.
Chegou então a aula de matemática. Eu odiava matemática. Era tudo tão demorado, tão fácil, óbvio. Eu sempre terminava e ficava sem o que fazer. Na verdade quase sempre, pois algumas vezes eu tinha que "ajudar o coleguinha alí do lado". Mas nesse dia foi diferente. Alguém trouxe uma brincadeira sensacional. Eu ainda adoro, pena que o ambiente não seja mais propício. A 'bolinha de papel no tubinho de caneta'. A professora nem percebeu no começo. Eu tacava, errava feio, e caia na risada. Virou uma guerra. Bolinha pra todo lado. Garotos e garotas, eram todos inimigos e amigos, todos brincando com o tubinho de caneta BIC. As bolinhas grudavam na parede, no quadro, no cabelo dos outros, era uma alegria. Melhor que isso só 'massitas de la more', mas eu ainda não conhecia isso na época. Mas aí alguns foram parando. Mas eu não queria parar, então continuei tocando o terror. E mais pessoas pararam quando a professora percebeu. Só ficou o tonto aqui, assoprando bolinha. Assoprava e ria. Rasgava um papelzinho, mascava pra pegar baba mesmo (dava mais potência), botava no tubinho e 'fuuu'... A professora me viu bem nessa hora. A bolinha da morte voou, e eu, com o tubinho na boca.
Esses são os piores momentos. Tive o tubinho confiscado, mas o pior foi quando a professora falou: "vou ter que mostrar isso para a sua mãe". E agora José? Agora os outros continuaram com suas vidas e com seu tempo. E eu fiquei parado no meu tempo. O tempo não queria passar pra mim. A única coisa que eu pensava era o que fazer. Era agoniante. A cada minuto eu tinha um texto diferente pra falar pra minha mãe. Os outros vinham falar comigo mas eu não tinha animo de pensar no que eles tinham falado e no que eu tinha que responder. Eu só pensava no que fazer.
A agonia durou alguns dias. Não sei nem se minha mãe ficou sabendo, só sei que aquela sensação de que a qualquer momento ela saberia e que a qualquer momento a bronca viria era terrível. Mas afinal, quem nunca passou por isso? Esses e outros momentos ficaram perdidos no tempo, não deram em nada, mas hoje servem para algumas risadas. Afinal, pra que servem os momentos de medo a não ser para que demos risada deles depois?
4 comentários:
talvez se as pessoas soubessem disso, teriam menos medo quando ja haviam feito algo, e se preocupariam menos. Poxa, axo q se soubessemos antes q td passa e o tempo as interra, aproveitariamos kd vez melhor nossa vida. Melhor post.
Aaaah, nunca me esquecerei da guerra de bolinhas na sala =D E lembro também de quem foi a brilhante idéia de começar a brincadeira... [hihihi].
E lebro tbm das " massitas de la more" haushaushaushaush
Eeee menininho, aprontaste poucas e boas heim!
Cocho, como voce ousa lançar bolinhas de papel durante a aula, de portugues ainda...Mas agora voce já não vai mais levar bronca...Quando eu estudava a moda era fazer decolar e aterrisar aviõezinhos durante a aula.Era divertido, na época.A sensação era de estarmos num aeroporto bem movimentado, como o de Guarulhos.Mas hoje também nos divertimos muito na sala dos professores.Voce pensa que são só os alunos que gostam de recreio?Nós professores adoramos...Tem dias que choramos de tanto rir...Olha que ainda recebemos salário para nos divertirmos...Se não fosse isso seria muito estressante...
Cocho, como voce deve ter percebido o comentário anterior contem alguns erros de digitação.Espero melhorar rapidinho...Por falar em erro, voce se lembra de uma aluna que fez uma redação com o seguinte ´título: o apareiodoméxico...Eu simples professora fiquei imaginando o que poderia ser esse ou essa coisa mexicana...Depois de algum tempo consegui decifrar o que era.Tratava-se de um aparelho doméstico.
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